domingo, 28 de outubro de 2007

Vem aí a série: Teorias Inócuas

Hoje não estou muito bem, estomacalmente falando, mas adianto que está em desenvolvimento pela minha pessoa uma teoria que tem o nome provisório de O princípio da índole, que trata, obviamente, da índole das pessoas. É uma conjectura besta mas tentarei provar com argumentos (facilmente) refutáveis que essa viagem doida aí é verdadeira, tá ligado?, e o barato é legal.

Porque casou com a barata.

Aguardem.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

The empty afternoon

Daydreaming in the afternoon (or 'on the'?). Do not know. Just spending my little time before some job, more job. Don´t know why they always want me there. Wanderer, bum (is it right?), that´s me. Do not like it, but need it. And they seem to love me each day more and more...

Uninteligible. But that's life, without logic or any kind of sense. My friend Jack K. was living alone on the highest tops of american mountains just to meditate, to think. He had no much needs. Was used to live with almost no money.

(I forgot when I am supposed to use 'on the' and 'in the'. Forgive my errors, if you find them).

And that's me, alone in the cyber cafe, with one cute girl on my side who doesn't even look to her side. She is very busy on her orkut stuff. On the other side there are plenty of crazy children playing their fucking games. I´m not interested in games anymore.

The trees fell to the ground on yesterday's storm. I was asleep almost all the day. 'worst hangover that I ever had', would say my friend Mark Knopfler, but it wasn't the worst. I've had worst before. Now I just get a little bit tired. You know, I´m not that young anymore.

On the 12th october, the trees fell down in Maringá, and I was there too. Soon they'll be calling me to go to brazilian northeastern regions to give them a little water.

I´m just writing with no reason, no story came to my head, but I feel a little melancholic (?) today. Maybe 'cause it's monday. In fact, I don't even know why am I writing all this bullshit in english. Maybe to convince myself that my english is getting worse everyday. But, besides all this, I won't study english, at least not for now. Need to put my italian on the trails. If my english is terrible, you can imagine my spanish and my italian. Even my fucking portuguese is bad. Bad to bone.

As always, I know that nobody is gonna read this text. First because it's in english. Second because it's too damn motherfucking big. People are lazy. I am a living proof of that, because it's hard to know someone lazier than me. But at least I'm not lazy on reading. Commonly, but sometimes...

Agora I gotta go. On the morrow I'll be drinking some beer with my friends on Madalena's bar. If you want, you can go.

"As long as I'm paying the bills, I'm paying the cost to be the boss."

domingo, 21 de outubro de 2007

Do trato com a vida

Uno a embarcação
ao porto
e canto a convulsão
de um ser extinto.

Amo o sangue
que me crucia e doma,
com seu ferro.

Não espero
dos deuses,
pois engendro
o deus que me transfere
a solidão de ser
meu próprio invento.

Sou poeta,
formo o ciclo do tempo,
onde me enterro.

II

E vós quem sois? Vós que mostrais o orgulho
de monarcas sentados em seu trono e a ambição
de um jorro que se extingue. Quem sois?

Nada transpõe vossa usura,
nada transpõe a vaidade
das gazelas, com rosto de cavalo.

Vós que desprezais
do canto, a mina;
do tear da vida, a linha,
quem sois?

III

Se mostrardes
a erosão do dia
nas carroças,
concordarei com o sangue.

Se mostrardes
o término do jugo e sua máquina,
calada e represada,
concordarei com o sangue.

Não.
Não pactuo.
Não pactuo com o numerário das serpentes,
tentando violar a talha da nascente.

Não pactuo
com as garras
e o estômago encurvado
deste animal em desuso.

Não pactuo
com a turbulência fátua
da morte e o senhorio
que nos arrasta.

Entre areias sepultas,
estreitado na erva,
odiai-me fundamente.
Não pactuo.

Brotando das idades,
arbusto,
levedado no mundo,
odiai-me.

Sou vosso vômito profundo.

(C. Nejar)

sábado, 20 de outubro de 2007

Waking Life

Eu me via no espelho e me achava tão normal. Aquele rosto desconhecido era comum, prosaico, vulgar. Não bastasse ter de reconhecer-me diariamente, ver-me ali, em frente a mim, com os olhos curiosos, tentando achar alguma coisa que me diga que sou eu este ali, ó, outrossim era preciso esconder-me para não ser tão facilmente reconhecido.

O alvorecer era um desafio diário. A batalha iniciava-se nos sonhos pitorescos e lúcidos, cruéis e ardis armadilhas. Os incautos ali fenecem fácil e rapidamente. Tendo apenas a matéria viva do sonho como limite ou escafandro, sucumbir ante o próprio abismo é de tal maneira tão simplório - e ao mesmo tempo, exatamente por causa dessa simplicidade, tão confuso - que perder o controle da própria imaginação, o que poderia de certa forma criar-nos mundos fabulosos, nos torna vítimas supérstites do engodo pessoal de cada um.

Não falo aqui como autoridade, mas um mero curioso que vez ou outra viaja pelas dimensões maravilhosas dos sonhos. Nessas incursões, deparei várias vezes com vontades próprias não personificadas num corpo, mas etéreas, muito embora pudessem ser tocadas. Hostis quase todas. Deste contato não havia diálogos. A comunicação era sensorial e incrivelmente era-se possível saber, apenas pelo tato, se as vontades me viam como um intruso ou um visitante, e daí sentia em mim mesmo, no sonho, como reagiam, como se conversassem sem sons, sem gestos, sem nada.

As possibilidades se multiplicam e o curso da história e seu discurso se enveredam por outros caminhos nunca dantes atalhados. O atalho sempre nos leva antes ao fim do caminho. A dúvida que no ar paira é que ninguém sabe ao certo se chegar antes ao fim é um bom negócio.

"
- Super perfundo no amanhecer antecipado do seu dia.
- O que significa isso?
- Nunca consegui entender. Talvez você consiga.
"

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O escritor e seus fantasmas*

Hoje achei uma frase que sabe lá de onde tirei mas anotei entre aspas, o que significa que não é minha. Apesar de todo esse cuidado, sabe lá por que razões alheias, não tive o cuidado de anotar o nome do autor. Um pequeno lápis de minha parte.

A frase é bonita, profunda e inspira um senso de responsabilidade incomum. Poética e bem desenvolvida, traz ao leitor (a mim ao menos) a imagem de um escritor já com seus cabelos grisalhos, sério, marcado por rugas de expressão na testa. Ei-la:

"I write because something inside myself, inner and unconscious forces me to. That is the first compulsion. The second is one of ethical and moral duty. I feel responsible to tell stories that inspire readers to consider more deeply who they are."

Por razões que desconheço, não traduzi a frase, o que deixo para cada um de vocês, meus dois leitores.

Há vários motivos que levam uma pessoa a escrever. A falta do que fazer. O excesso de coisas a fazer. Um amigo chamado diário. Um pretenso talento literário. Eu até citaria alguns autores famosos dizendo porque eles escrevem, mas justamente agora me deu um branco (branco: um tema para um futuro post) e preguiça de buscar em meus arquivos. Se lembrar, depois os coloco aqui.

Não poderia deixar de finalizar esse pequeno texto inócuo sem as minhas razões, o que me faz e leva a escrever tanto e tão mal. É fácil.

Escrevo porque é líquido.


________________________________________
* Bela obra de meu amigo Ernesto Sábato.