segunda-feira, 4 de junho de 2012
Antipasto
Não mais verão,
inverno,
inferno!
E o verão se foi
com os dias que se foram.
Que se fodam!
Veremos, então,
se eles verão
o verão
que virá
com os dias que virão.
Veramente...
~ Z ~
Anos atrás fiz um poema parecido com o acima. De 23 de janeiro de 2005. Ei-lo:
É verão e o sol quente é como os dias que virão.
Como eles verão o verão dos dias (e das noites) que viramos?
Não se sabe ao certo.
O amanhecer do sol, nascer no verão...
veremos dias na manhã do amanhã?
Virei a página, varei a noite, verei o luar do verão que se foi.
Verão a página do verão à noite.
Como verão os dias da primavera? Como o frio do inverno?
Comoverão?
Serão os dias? Como os verão?
Serão os dias como o verão?
Virão os dias?
Deverão?
Veremos.
Sete anos atrás. Eu, ébrio já, procurava um destino, que ainda procuro, embora, muito embora agora eu esteja deveras mais próximo. Àquela altura nem formado eu era. Eu era um qualquer em busca de algo desconhecido. Melhorei um pouco, vivi um pouco. Porém vocês, meus fantasmas, hão de concordar que o mundo, assim como tudo, é cíclico e eternamente retorna, como vê-se pelos versos tortos acima transcritos.
Fiz inúmeras coisas deixadas pela metade, outrossim, várias e inúmeras coisas me deixaram pela metade. Porém o tempo passa e ao mesmo tempo é eterno e é cíclico. Pois envelhecemos, e ele passa. Pois o tempo não envelhece, e é, desta forma, eterno. Pois os anos e as estações se repetem e, vós vedes, é cíclico.
A unicidade e a incongruência trina e una do tempo. A afirmação, a negação e a transposição da verdade, no tempo. O tempo ceifa o vento. O tempo, o tempo, a incógnita suprema. Demasiado simples, demasiado complexo.
Demasiado.
E nós, aqui, a indagar-nos. Ao invés de beber, em um bar.
~ Z ~
Vamos, como o tempo que só vai. E o tempo foi indo, indo, indo... e iu!
Sei das minhas limitações. Reconheço meus defeitos e tento ao poucos torná-los mais suportáveis aos outros e a mim.
Acusando-me assim obtenho subitamente vossa compreensão e comiseração com minha vil situação atual. O compadecimento alheio é facilmente conquistado. A compaixão encontramo-la nas esquinas mas lúgubres. E assim conseguimos a força que nos faz sobrepor pequenos e intangíveis obstáculos.
Toda essa enrolação é pra dizer, em palavras bonitas, que como prometido neste post, DEVO terminar os relatos de minha viagem pela Europa antes de seu aniversário de 2 anos. E o farei, visto que os dois anos completar-se-ão em agosto e férias me aguardam no próximo mês, onde poderei visitar amigos paranaenses e parentes gaúchos, deixando, contudo, o coração em Santa Catarina.
É, porém, o destino escrito e deve ser seguido, sob pena de intempéries e impropérios das mais variadas formas.
Despeço-me com um gole do meu uísque que, como eu, treme de frio nesta madrugada insólita de chuva eterna. Esta chuva, que passa, como o tempo, que retorna, como o tempo, e que, como o tempo, infinita é.
Saluti!
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