As
mãos tremem,
o
cansaço é mais
que
físico.
Aliás,
o cansaço
físico
é o melhor
dos
cansaços,
pois
sabe-se a causa
direta,
suas
consequências,
e
como tratá-lo.
O
cansaço psíquico,
mental,
é
o verdadeiro
cansaço,
é
a ruína de uma
pessoa,
são
os nervos
à
flor da pele,
e
o estresse,
o
caos do mundo,
na
mente
de
um vagabundo.
Perde-se
a noção,
perde-se
o norte,
e
todos mais
dos
pontos cardeais.
Não
quero a vida
como
um peso
a
se carregar.
Não
quero a vida
como
uma
eterna
luta.
Não
quero uma
luta
eterna
em
meus parcos
dias.
Quero
somente a paz,
a
tranquilidade,
a
magia de nada querer,
o
ócio alegre de estar,
apenas
estar,
sem
precisar
exigir
nem
ser
exigido.
Estar.
Não
importa
onde
nem
importa
quando.
Quero
estar
sem
metas,
estar
sem
ter
que
matar
clientes
diários.
O
sol, sob o
aspecto
do
estar,
é
não mais
que
um brilho
eterno
em
um retrato
de
Van Gogh.
O
brilho eterno
é
aquilo
que
nos dá
motivação,
que
nos atrai,
que
nos quer
sem
contudo
nos
atrapalhar
com
suas mãos
cheias
de dedos
e
seus dedos
cheios
de dados,
calendários
cheios
de
datas,
verdades
cheias
de mim.
Estou
cheio das
verdades
alheias
e
perenes
e
fatais,
quero
só
a
mente,
somente.
No
ar
No
ar
No
vento
ser
o
que
não
se
sabe
como
é.
Sou.
Somente
sou
no
estar
aqui.
Se
aqui
é
a
verdade,
que
seja
a
obviedade
do
não
o
remédio
para
o caos
do
mundo
em
mim.
Que
o não
seja
o
meio,
para
o
fim
glorioso
do
talvez.
Estar
é
o
que se
quer.
Entre,
abra
a porta, pois
entre
as
portas
há
um vazio, um
vão,
por
onde
vão
nossas
dúvidas.
estar
ou não
estar:
eis
a questão.