O maior dos porres não consegue amenizar a pior das dores, o sentimento vago no peito. Apenas o protela. Pois vem a inconsciência, a loucura, o êxtase, o sono, a ressaca, a noite mal dormida, a boca seca, a dor de cabeça, as revoluções do estômago e isso acaba por preencher nosso dia, mas não o vazio. E ele é adiado o suficiente até conseguirmos senti-lo de novo e, mais uma vez, nos inebriarmos de embustes.
E por mais que ganhemos dinheiro, que possamos andar de carro, que encontremos uma bela mulher - e façamos amor com ela - que ouçamos uma música interessante, nada preenche realmente o vazio. E é por isso que trocamos de carros, de empregos, de mulheres, de cd's. Para tentar preencher o vazio que nunca é satisfeito. Como se ele absorvesse o que nele colocamos para mais tarde esvaziar-se novamente. E essa é a eterna busca do homem. A busca incerta de não se sabe o quê.
(*) O título é uma breve citação/homenagem a Henry Charles Bukowski in: Factotum, 1975.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
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