terça-feira, 9 de novembro de 2010

Poema da insônia I


Cego. Eu creio
e vivo a vida,
sigo a estrada
inacabada
do meio.

Receio.
A certeza caída,
a verdade quebrada,
dilacerada
ao meio.

Sou cego, mas leio
e sem saída
saí pela entrada,
caí na escada:
quebrei a costela do meio.

Foi feio.
Mas a despedida
foi adiada
porque, atrasada,
você não veio.

Devaneio:
você despida,
entra apressada,
embriagada,
teu seio.

Não creio,
mas foi a partida
da vida errada.
A frase acabada
no meio.

3 comentários:

  1. Ótimo poema, Zaratustra.

    Gosto desse seu lirismo bem temperada com ironia auto-impiedosa.

    Abraços

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  2. Não só Zaratustra falha. Temperei o seu lirismo concordando com lírica. Ficou um lirismo meio andrógino, né?

    Aproveitando a viagem, parabéns pela ótima tradução de "mind and heart".

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