segunda-feira, 12 de setembro de 2011

pensamentos em um banco de pedra em Venice


me sento neste banco e vejo
o mar e os estranhos e os
amantes.

preciso de novos olhos uma nova boca novos
travesseiros, uma nova mulher.

todos os velhos garanhões com meio
olho na cabeça adoram seduzir e montar
uma nova e jovem potranca.

quando penso em homens sem mulheres cortando
a grama nos sábados e jogando futebol,
baseball, basquetebol com seus filhos
sinto vontade de vomitar no distante
horizonte.

a família fede a Cristo
e ao mercado de ações americano.
a família fede a segurança e
torpor e perus de ação de graças.
a família fede a carros sufocantes
empacotados passeando por
florestas de sequoia.

preciso de novos olhos uma nova mulher novos
tornozelos uma nova voz novas traições.

não quero uma longa procissão
funeral quando eu morrer.
quero continuar sem nenhum peso
ou obrigação.

quero somente a escuridão taciturna quero
uma tumba como esta noite agora:
eu aqui não diluído –
sólido, enfermo, imaculado.
seguro-me firmemente em mim. isso é tudo que
existe.
 ____________________________________________
Charles Bukowski, tradução minha

2 comentários:

  1. O cara é fodão! Mas concordo que o poesia dele é meio deprê, entretanto me identifiquei com esse pedaço "todos os velhos garanhões com meio
    olho na cabeça adoram seduzir e montar
    uma nova e jovem potranca." Porra alemão!

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