Saúdo Charles Bukowski. Porque é a vida sem frescuras que imaginamos ter. Porque é ser seco com outros, sem se importar, como gostaríamos de fazer. Porque o desprezo exercitado continuamente nos traz um ceticismo incomparável. Porque o ceticismo é uma virtude que nos vale por toda a vida, um aprendizado contínuo da natureza humana, um perceber de detalhes indescritível.
Saúdo Bukowski. Como também o faço a John Fante, que mostra as fraquezas tragicômicas da juventude, e o ridículo nosso de cada dia é também uma aula que não se pode desperdiçar. A raiva de nosso ridículo é um motor impulsionando nossas vidas. Para mais situações ridículas, mas ainda assim um motor.
Saúdo Mr. Salinger, o recluso. Saúdo Pedro Juan, o Gutiérrez. O grotesco, o cru, o inenarrável, o deplorável: detestável e excitante, estímulo e ojeriza, tentação e nojo, paixão, ódio e desprezo. Asco.
Saúdo Rubem Fonseca, o mestre.
Saúdo enfim todos os anjos e demônios que me acompanham nessa década. Por que haverá um fim (sempre há de ter) para toda obra literária. Há data e hora, mas ainda não há local.
No dia 22 de abril de 2014 às 23h59 encerra-se a década e a ressaca contínua, e saudarei a meus mestres com muita gratidão. A partir daí, vida nova. Seja lá o que isso quer dizer.
sábado, 1 de setembro de 2007
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saúde, trouxa
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