terça-feira, 9 de novembro de 2010
Poema da insônia I
Cego. Eu creio
e vivo a vida,
sigo a estrada
inacabada
do meio.
Receio.
A certeza caída,
a verdade quebrada,
dilacerada
ao meio.
Sou cego, mas leio
e sem saída
saí pela entrada,
caí na escada:
quebrei a costela do meio.
Foi feio.
Mas a despedida
foi adiada
porque, atrasada,
você não veio.
Devaneio:
você despida,
entra apressada,
embriagada,
teu seio.
Não creio,
mas foi a partida
da vida errada.
A frase acabada
no meio.
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PorrAlemão! Belo poema.
ResponderExcluirÓtimo poema, Zaratustra.
ResponderExcluirGosto desse seu lirismo bem temperada com ironia auto-impiedosa.
Abraços
Não só Zaratustra falha. Temperei o seu lirismo concordando com lírica. Ficou um lirismo meio andrógino, né?
ResponderExcluirAproveitando a viagem, parabéns pela ótima tradução de "mind and heart".