terça-feira, 16 de março de 2010

Minha aversão ao cinema no país das magavilhas

Já escrevi muitas vezes aqui sobre livros, literatura em geral, do que gosto e não gosto. Principalmente o que escrevo. Já escrevi - nem tanto assim - também sobre música. Mas creio que nunca me posicionei a respeito do cinema.

Ah, o cinema! Também conhecido como sétima arte - por algum motivo que a Wikipedia explicará a vocês - o cinema (neste âmbito, para mim, compreende filmes em geral, não apenas aqueles das telonas) me acompanhou durante toda a infância com a Sessão da tarde. Naquela época, como hoje, não tìnhamos video-cassete. Hoje, ao contrário daquela época, existe o DVD. Enfim...

Lembro de filmes que me marcaram, como Goonies, Curtindo a vida adoidado e Conta comigo. Já na adolescência, devidamente equipado com o famigerado vídeo-cassete, aluguei algumas vezes filmes na locadora. Mas aos poucos fui diminuindo o ritmo até o desapego total, sem nenhuma explicação lógica aparente.

Em Londrina devo ter ido no máximo umas 10 vezes ao cinema nos 13 anos em que ali morei. Mas sinceramente, são poucos os filmes que lembro com detalhes. Um deles é Seven, um dos raros bons que vi na sala fechada e escura.

Poucos dias atrás, depois de quase dois anos na Itália, resolvi encarar o cinema aqui. Psicologicamente eu já estava preparado pro maior choque, sabia que nos cinemas europeus em geral os filmes são dublados. A obra: Alice no país das maravilhas. Não é exatamente o que eu chamaria de uma história atrativa, até porque todo mundo sabe como começa e termina, mas com Tim Burton dirigindo, vabbe', ci provo. Imaginei que pelo menos alguma coisa interessante aquele doidao faria com o enredo, como já o fez com o primeiro Batman e também com aquele que não lembro o nome, cujo personagem é o Beetle Juice - ridiculamente traduzido em português como besouro suco, quando o correto seria Suco de besouro -, personagem muito bem encarnado pelo segundo melhor ator do mundo, Jack Nicholson (o primeiro é Bill Murray)[Correção: o ator era Michael Keaton, como a Wikipedia e a nobre leitora Karen me mostraram, mas ele, no fundo no fundo, imitava o Jack Nicholson].

Além disso, dentre as histórias ditas infantis, essa é a mais interessante, na minha molesta opinião. Um gato que vira fumaça, um chapeleiro maluco, fora as doideiras durante o conto, cresce Alice, diminui Alice, o coelho atrasado, a Rainha de Copas e seu exército de cartas. Literalmente, é do baralho!

Mas a grande novidade mesmo é que foi o primeiro filme em 3D da minha história nesse planeta.

E isso é doido. Desviei umas 3 ou 4 vezes a cabeça de algum estilhaço virtual durante o filme. Mas é aquela coisa: se o que chama a atençao é o visual, certamente faltará algo de interessante em algum outro lugar.

Resumindo: fraco, muito fraco. Diálogos bestas. Clichês. Enredo pífio. O cenário é legal e o 3D combinou bem. Mas o final me dá asco. E não sei se pagar quase o dobro de um filme normal só pra ver em 3D vale a pena. Provavelmente não.

Esclarecendo, não é que me orgulho dessa minha incultura cinematográfica. Sei que existem filme ótimos e que deveria vê-los com mais frequência (até hoje as pessoas ficam estarrecidas porque eu nunca vi nem Laranja mecânica nem Pulp fiction, entre outros clássicos), mas toda vez que me aventuro em um cinema, acabo por me decepcionar no final.

Protelo, desta forma, meu vício cinéfilo em estado embrionário. Um dia ele se desenvolverá. Se não for abortado antes.

E foi assim que, uma vez mais, o cinema me decepcionou, o que me deixará provavelmente alguns meses (anos, décadas?) longe da telona, baixando filmes que porventura me chamem a atenção de graça na internet, ou simplesmente vendo pela TV. Aqui na Itália pelo menos não faz tanta diferença. Dublado por dublado, prefiro dublado de graça.

2 comentários:

  1. O problema do cinema é que você pega fila para entrar, paga caro. então você ja entra desmotivado. e se escolher o filme errado então...
    é por isso que eu gosto de assistir um filme quando ele já tem pelo menos uns 5 anos. fica mais fácil voce gostar

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  2. Porra alemão! Eu lembro de outros filmes, que o Francis alugava quando eu ia passar as férias com vcs em Ijuí! uahauhauhaua. Fala nisso, esses dias descobri que o Lewis Carrol, criadora da Alice, era meio Michel Jackson. Veja você um trecho da biografia do cara: "Homem aparantemente tranquilo, solitário e tímido, tinha poucos afetos e cultivou suas amizades especialmente entre as meninas de oito a doze anos de idade, nas quais tirou inúmeras fotos, muitas de caráter evidentemente erótico. Participava de suas brincadeiras, criava sempre algumas novas e lhe contava histórias...". Aliás, a Alice era uma das amiguinhas dele... Bom, a porra toda não tem nada a ver com cinema, nem com 3D, mas enfim, curiosamente eu li esse texto há pouco.. ehehhe. falow alemão, e não esqueça: o que importa é o que importa, e vice-versa.

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