Uno a embarcação
ao porto
e canto a convulsão
de um ser extinto.
Amo o sangue
que me crucia e doma,
com seu ferro.
Não espero
dos deuses,
pois engendro
o deus que me transfere
a solidão de ser
meu próprio invento.
Sou poeta,
formo o ciclo do tempo,
onde me enterro.
II
E vós quem sois? Vós que mostrais o orgulho
de monarcas sentados em seu trono e a ambição
de um jorro que se extingue. Quem sois?
Nada transpõe vossa usura,
nada transpõe a vaidade
das gazelas, com rosto de cavalo.
Vós que desprezais
do canto, a mina;
do tear da vida, a linha,
quem sois?
III
Se mostrardes
ao porto
e canto a convulsão
de um ser extinto.
Amo o sangue
que me crucia e doma,
com seu ferro.
Não espero
dos deuses,
pois engendro
o deus que me transfere
a solidão de ser
meu próprio invento.
Sou poeta,
formo o ciclo do tempo,
onde me enterro.
II
E vós quem sois? Vós que mostrais o orgulho
de monarcas sentados em seu trono e a ambição
de um jorro que se extingue. Quem sois?
Nada transpõe vossa usura,
nada transpõe a vaidade
das gazelas, com rosto de cavalo.
Vós que desprezais
do canto, a mina;
do tear da vida, a linha,
quem sois?
III
Se mostrardes
a erosão do dia
nas carroças,
concordarei com o sangue.
Se mostrardes
o término do jugo e sua máquina,
calada e represada,
concordarei com o sangue.
Não.
Não pactuo.
Não pactuo com o numerário das serpentes,
tentando violar a talha da nascente.
Não pactuo
com as garras
e o estômago encurvado
deste animal em desuso.
Não pactuo
com a turbulência fátua
da morte e o senhorio
que nos arrasta.
Entre areias sepultas,
estreitado na erva,
odiai-me fundamente.
Não pactuo.
Brotando das idades,
arbusto,
levedado no mundo,
odiai-me.
Sou vosso vômito profundo.
(Carlos Nejar)
nas carroças,
concordarei com o sangue.
Se mostrardes
o término do jugo e sua máquina,
calada e represada,
concordarei com o sangue.
Não.
Não pactuo.
Não pactuo com o numerário das serpentes,
tentando violar a talha da nascente.
Não pactuo
com as garras
e o estômago encurvado
deste animal em desuso.
Não pactuo
com a turbulência fátua
da morte e o senhorio
que nos arrasta.
Entre areias sepultas,
estreitado na erva,
odiai-me fundamente.
Não pactuo.
Brotando das idades,
arbusto,
levedado no mundo,
odiai-me.
Sou vosso vômito profundo.
(Carlos Nejar)
fantástico
ResponderExcluir'animal em desuso'
Porra alemão! Só tu le meu blog! quer merda...auahauhuah. O dia que tu nao le mais, nao vou mais escrever! abraço aeh!
ResponderExcluirPorra alemão, achei q a poesia fosse tua. E o carnaval no alegrete é um sucesso imaginário de um cantor anônimo...euheheuhe. abraço
ResponderExcluirOpa! Colega, escreva, tô lendo TB...
ResponderExcluirOpa! Colega, escreva, tô lendo TB...
ResponderExcluir