segunda-feira, 31 de maio de 2010
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Devaneio sobre a tradução
A primeira vez que ouvi coisa semelhante foi no mestrado. Algum professor, que agora não me lembro mais quem, nos disse que uma vez alguém promoveu o seguinte exercício.
Um trecho de um texto em italiano foi dado a um tradutor de determinada língua. Essa tradução foi repassada a um outro tradutor de outra língua e assim sucessivamente até a décima tradução e, desta, de novo para o italiano. Nenhum dos profissionais envolvidos sabia quem era o autor do texto e imaginavam que o mesmo era original, e não a tradução de uma tradução. O resultado, obviamente, foi catastrófico.
Lembrei disso lendo o site do Millôr, no qual ele faz um exercício semelhante com o tradutor eletrônico do Google. Se com seres humanos é impossivel manter o sentido original, que dizer de uma maquineta.
Pensando nisso, resolvi eu mesmo fazer o experimento, com uma das frases que mais utilizo, embora as origens dela sejam obscuras. Vamos lá:
PORTUGUÊS
O importante é o que importa.
Inglês
What is important is what matters.
Italiano
Ciò che è importante è ciò che conta.
Alemão
Wichtig ist, worauf es ankommt.
Espanhol
Lo importante es lo que importa.
Eslovaco
Dôležité je, na čom záleží.
Frances
Ce qui est important est ce qui importe.
Gaélico
Is éard atá tábhachtach i dtaobh nithe a.
Catalão
Constitueix una matèria important a.
Grego
Αποτελεί μια σημαντική ουσία in.
Polonês
Jest to ważna substancja w.
Português
Esta é uma substância importante dentro
Interessante. Parece que até chegar no gaélico (que pra quem nao sabe é o que se fala na Irlanda, além do inglês) tava tudo certo, mesmo alternando entre línguas latinas e não-latinas. Depois fudeu tudo.
O que aprendemos com isso? Não devemos confiar em quem fala gaélico? Ou, pelo contrário, deveríamos aprender a língua e aproveitar esse nicho de mercado? O que tudo isso quer dizer?
Talvez eu esteja errado, mas isso provavelmente quer dizer que eu tenho que voltar a estudar, ao invés de ficar perdendo o tempo com besteiras.
Marcadores:
tradução,
verdade irrefutável
segunda-feira, 24 de maio de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Durante as aulas
Se está mais cansado
dormindo
pouco
que não
dormindo
*
Tradutor é aquele que supervaloriza o que
faz
por um reconhecimento
inversamente proporcional
*
A literatura consiste em não
dizer
*
Acho que sou um
misantropo
involuntário
dormindo
pouco
que não
dormindo
*
Tradutor é aquele que supervaloriza o que
faz
por um reconhecimento
inversamente proporcional
*
A literatura consiste em não
dizer
*
Acho que sou um
misantropo
involuntário
terça-feira, 18 de maio de 2010
Sob as chuvas da Toscana
Se um dia o sol surgisse por entre as nuvens, como uma surpresa
A queimar a vida, como outrora a aguardente em minha garganta fazia
O que hoje as estrelas e o vento, nulos, fazem com tamanha beleza
E percebesse o estado em que está relegado, na fria
E crua, ardente e vil estação que – quem diria – arde
Na pele, não obstante o temor da insana selvageria
Se um dia sol, como uma vontade incessante de ser,
No entardecer do caos dos morros que, com alarde,
Quisesse fazer, sabe là como, por merecer
Estes humildes versos ébrios e crus, sem remédio,
Teria, ao menos por educação, maneiras mais gentis
De abordagem, maneiras sutis de espantar meu tédio
Cujas artimanhas e artifícios ardis
Na convulsão do tempo, no caos estático do sublime,
Ecoam no ar, como suspiros senis
Esses ventos e o sol, um dia surgirão
Com pesar no olhar e arrependimentos mil
A implorar, de joelhos, misericórdia e perdão
E lhes direi, do fundo de meu coração,
Com meu mais singelo sorriso, um belo olhar
De abnegada resignação, meu mais profundo e sincero não!
Publicado em 12 de dezembro de 2008
A queimar a vida, como outrora a aguardente em minha garganta fazia
O que hoje as estrelas e o vento, nulos, fazem com tamanha beleza
E percebesse o estado em que está relegado, na fria
E crua, ardente e vil estação que – quem diria – arde
Na pele, não obstante o temor da insana selvageria
Se um dia sol, como uma vontade incessante de ser,
No entardecer do caos dos morros que, com alarde,
Quisesse fazer, sabe là como, por merecer
Estes humildes versos ébrios e crus, sem remédio,
Teria, ao menos por educação, maneiras mais gentis
De abordagem, maneiras sutis de espantar meu tédio
Cujas artimanhas e artifícios ardis
Na convulsão do tempo, no caos estático do sublime,
Ecoam no ar, como suspiros senis
Esses ventos e o sol, um dia surgirão
Com pesar no olhar e arrependimentos mil
A implorar, de joelhos, misericórdia e perdão
E lhes direi, do fundo de meu coração,
Com meu mais singelo sorriso, um belo olhar
De abnegada resignação, meu mais profundo e sincero não!
Publicado em 12 de dezembro de 2008
Marcadores:
poesia,
poesia minha,
Tipos
domingo, 16 de maio de 2010
A mosca e o fogo
A aranha trouxe a teia e mosca à teia veio. Trouxe a aranha a mosca à teia. Pobre mosca! Será o final que veio? Mas a mosca não bobeia, de tanto à teia vir, ateia fogo à teia e à aranha até. Esqueceu-se porém a mosca de que na teia também atada estava ela e tão bem atada que fugir da teia não tinha como. Aranha, mosca? Já era! Como fogo, teia incinerou aranha e mosca e a própria teia. Incinerou-se. Jaziam as cinzas das três atiradas no canto do chão do quarto escuro e flamejante que, por pura falta de noção da mosca, por ora está em chamas.
As chamas chamejantes chamejavam e a chamar ficavam. Chamavam o ar, clamavam por ar, mais ar, precisavam de ar para poder respirar, queimar, incinerar. As labaredas, como lavas recém expelidas de um vulcão ativo, escorriam para os céus, mais alto, mais alto, queimavam as folhas das árvores, as próprias ávores e quem mais desavisado se opusesse ao seu avanço. Lentamente, as labaredas avançavam. Mas eram tantas labaredas a lentamente avançar que rapidamente se alastravam. E não havia extintor que as extinguisse, bombeiros que as bombeassem ou aguás que as esfriassem. O fogo era quente, alto e altivo. Ardia, de volúpia, languidamente, a paixão corava as faces dos transeuntes. O fogo a queimar a vida aos poucos, a intoxicar os pulmões aos tantos e aos montes subindo, cavalgando suas gramíneas prateadas. O vapor emana da fogueira, fogos, fogos, fogões. O amor ao ar, é o fogo.
"De tanto amar e amar,
o que em nós queimar,
é o que nos vai podando.
Amar é libertar,
libertar-se das cinzas,
até ficar o fogo,
o seu trote frondoso,
o fogo, o fogo ainda."
______________________________________________________
Poema final: Carlos Nejar
Publicado em 25 de julho de 2008
As chamas chamejantes chamejavam e a chamar ficavam. Chamavam o ar, clamavam por ar, mais ar, precisavam de ar para poder respirar, queimar, incinerar. As labaredas, como lavas recém expelidas de um vulcão ativo, escorriam para os céus, mais alto, mais alto, queimavam as folhas das árvores, as próprias ávores e quem mais desavisado se opusesse ao seu avanço. Lentamente, as labaredas avançavam. Mas eram tantas labaredas a lentamente avançar que rapidamente se alastravam. E não havia extintor que as extinguisse, bombeiros que as bombeassem ou aguás que as esfriassem. O fogo era quente, alto e altivo. Ardia, de volúpia, languidamente, a paixão corava as faces dos transeuntes. O fogo a queimar a vida aos poucos, a intoxicar os pulmões aos tantos e aos montes subindo, cavalgando suas gramíneas prateadas. O vapor emana da fogueira, fogos, fogos, fogões. O amor ao ar, é o fogo.
"De tanto amar e amar,
o que em nós queimar,
é o que nos vai podando.
Amar é libertar,
libertar-se das cinzas,
até ficar o fogo,
o seu trote frondoso,
o fogo, o fogo ainda."
______________________________________________________
Poema final: Carlos Nejar
Publicado em 25 de julho de 2008
Marcadores:
Tipos
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Eu e meu copo de uísque
Hoje era um dia pra beber. Eu e meu copo de uísque.
A verdade contudo impede. Sexta-feira bebi muito e demasiado rápido. Coisas desse tipo acontecem. Ontem, não fosse uma coca-cola salvadora, não teria sobrevivido das 15h até às 21h. Bebendo.
Chegando em casa, não fossem 2,5l de água antes de dormir, hoje eu estaria terrivelmente em estado letárgico de ressaca acumulada. Ainda assim, hoje era um dia para beber. Eu e meu copo de uísque.
Acordei cedo. O silêncio ao redor, quebrado por vezes pelos pios dos pássaros. Nada fazia sentido. A não ser meu copo de uísque. Que não bebi.
Hoje não fiz muita coisa. Li um livro de contos do Bukowski, o que, por si só, já exige um copo de bebida. Até mesmo um uísque. Fiz um arroz muito sem-vergonha e um bife pra comer. E bebi a coca-cola, sem uísque. À tarde dormi um pouco. Olhava pela janela no horizonte e nada via de interessante. Olhei minha cadela reclusa em seu canto. Acho que ela também precisava de um copo de uísque.
Fucei a internet. Li mais um pouco do Buk, sentado sob o sol das 16h, na grama. Eu e meu copo de água.
Vi um resto do jogo do Grêmio. Uma vitória sem-vergonha. 3 pontos a mais. Desde então ouço aqui neste computador rádios italianas de notícias. Pra acostumar o ouvido. Ontem ganhei uma garrafa de vinho. Sobraram 4 latas de cerveja e um restinho de vodka. A noite caía, ontem. Caiu por terra.
Hoje, jantei às 19h. Jejum de 12h até amanhã de manhã. Regras da minha nova religião. Mas não, esta religião não exige o celibato. Só um copo de uísque.
Daqui a 60 anos, ainda estarei procurando o copo de uísque, pois os uísques são como pensamentos melancólicos. Melancolia de cú é rola. Dizem que em 60 anos os uísques valerão tanto como obras de arte. Lá estarei eu (onde?), a procurar e a me perguntar, como um autômato:
- Em 13 de julho de 2008, onde estava meu copo de uísque?
Acho que a minha cadela bebeu tudo o que restava dele.
Publicado em 13 de julho de 2008
A verdade contudo impede. Sexta-feira bebi muito e demasiado rápido. Coisas desse tipo acontecem. Ontem, não fosse uma coca-cola salvadora, não teria sobrevivido das 15h até às 21h. Bebendo.
Chegando em casa, não fossem 2,5l de água antes de dormir, hoje eu estaria terrivelmente em estado letárgico de ressaca acumulada. Ainda assim, hoje era um dia para beber. Eu e meu copo de uísque.
Acordei cedo. O silêncio ao redor, quebrado por vezes pelos pios dos pássaros. Nada fazia sentido. A não ser meu copo de uísque. Que não bebi.
Hoje não fiz muita coisa. Li um livro de contos do Bukowski, o que, por si só, já exige um copo de bebida. Até mesmo um uísque. Fiz um arroz muito sem-vergonha e um bife pra comer. E bebi a coca-cola, sem uísque. À tarde dormi um pouco. Olhava pela janela no horizonte e nada via de interessante. Olhei minha cadela reclusa em seu canto. Acho que ela também precisava de um copo de uísque.
Fucei a internet. Li mais um pouco do Buk, sentado sob o sol das 16h, na grama. Eu e meu copo de água.
Vi um resto do jogo do Grêmio. Uma vitória sem-vergonha. 3 pontos a mais. Desde então ouço aqui neste computador rádios italianas de notícias. Pra acostumar o ouvido. Ontem ganhei uma garrafa de vinho. Sobraram 4 latas de cerveja e um restinho de vodka. A noite caía, ontem. Caiu por terra.
Hoje, jantei às 19h. Jejum de 12h até amanhã de manhã. Regras da minha nova religião. Mas não, esta religião não exige o celibato. Só um copo de uísque.
Daqui a 60 anos, ainda estarei procurando o copo de uísque, pois os uísques são como pensamentos melancólicos. Melancolia de cú é rola. Dizem que em 60 anos os uísques valerão tanto como obras de arte. Lá estarei eu (onde?), a procurar e a me perguntar, como um autômato:
- Em 13 de julho de 2008, onde estava meu copo de uísque?
Acho que a minha cadela bebeu tudo o que restava dele.
Publicado em 13 de julho de 2008
Marcadores:
Tipos
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Apotegma
No escuro do mundo, a pulcritude inexiste. É lá que vive a urgência.
Marcadores:
apotegmas,
máximas,
verdade irrefutável
segunda-feira, 10 de maio de 2010
summer sunny sunday afternoon
tirei a poeira
da bicicleta
óculos de sol
garrafa d'água
mochila nas costas
mp3 nos ouvidos
e nada na cabeça
só a vontade
de me perder por
aí
e quando voltar
embriagar-me
na mais lúcida
alucinação
a vida
da bicicleta
óculos de sol
garrafa d'água
mochila nas costas
mp3 nos ouvidos
e nada na cabeça
só a vontade
de me perder por
aí
e quando voltar
embriagar-me
na mais lúcida
alucinação
a vida
Marcadores:
alucinação,
poesia,
poesia minha
sábado, 8 de maio de 2010
A expectativa é a única a esvaecer
E hoje lá ia eu andando por estas ruas, que nos países de fala espanhola são chamadas de calles, e topei com um abstêmio. Me disse - e fez questão de me antes de dizer - que as auréolas hoje são raras e, como um bom taciturno, não se locupletava indistintamente. Sorumbático de espanto, esquizofrenei-o de interrogações exclamativas exigindo melhoras, mas não as obtive. O abstêmio, com aquele ar escalafobético intrínseco àqueles que primam pela excentricidade extrínseca e concêntrica, anatematizou-me e, trêfego, como convém aos abstêmios, exauriu pela fresta à direita.
Com opróbrios nauseabundos, exteriorei minha cólera. Não pude catequizar-me sob tal suspeição. Obcecado, ermo e lúgubre, o vento enlevou minhas memórias a tal ponto que chafurdaram nas lamas do brejo de lava incandescente.
Qüiproquós guincharam desesperados. The return has begun. Por ora, horas não são bem vindas, nem bem vistas. Inebriado pela exasperação do acontecido, entornei a garrafa de Água benta até virar abstêmio.
Fui traído.
Publicado em 28 de março de 2008
Com opróbrios nauseabundos, exteriorei minha cólera. Não pude catequizar-me sob tal suspeição. Obcecado, ermo e lúgubre, o vento enlevou minhas memórias a tal ponto que chafurdaram nas lamas do brejo de lava incandescente.
Qüiproquós guincharam desesperados. The return has begun. Por ora, horas não são bem vindas, nem bem vistas. Inebriado pela exasperação do acontecido, entornei a garrafa de Água benta até virar abstêmio.
Fui traído.
Publicado em 28 de março de 2008
Marcadores:
Tipos
quinta-feira, 6 de maio de 2010
A terra sem volta
À noite, quando todos os Gattopardos são negros, e a cegueira é luz que guia o reino; quando os postes se apagam e a ilusão retorna; quando o exagero não mais é sentido como um excesso, mas como adendo: nessa hora incerta e obscura, a opacidade surge, enfim, triunfante.
Nessas horas a horda de bárbaros crê na dissonância circunspecta de uma pretensa algazarra, quase um dilúvio, êxtase a reverberar junto aos campos e o concreto. Vejo silhuetas insinuantes, vejo caminhos convexos. O mundo como um astigmatismo.
Pensar, neste momento, é exercício ridículo. As feições de quem pela gente se afeiçoa, como um blended scotch, com o tempo maturam, com o tempo melhoram, com o passar do tempo, se recuperam. O alçar do vôo à quintessência.
As pernas roçam em mim. Aquelas pernas lisas e sedutoras, lascivas, lânguidas, encostam na epiderme em cicatrização. O frenesi, o frêmito do desejo.
Na treva do quarto, o Gattopardo vê. No canto onde a sombra da porta enegrece o mundo. O suspiro.
A procura cessa, por um momento. A eternidade da dúvida ressurge, abarca o pensamento, como um abismo infindo engole, impiedoso, a ansiedade.
O piscar do olho iluminado na escuridão.
Publicado em 26 de janeiro de 2008
Nessas horas a horda de bárbaros crê na dissonância circunspecta de uma pretensa algazarra, quase um dilúvio, êxtase a reverberar junto aos campos e o concreto. Vejo silhuetas insinuantes, vejo caminhos convexos. O mundo como um astigmatismo.
Pensar, neste momento, é exercício ridículo. As feições de quem pela gente se afeiçoa, como um blended scotch, com o tempo maturam, com o tempo melhoram, com o passar do tempo, se recuperam. O alçar do vôo à quintessência.
As pernas roçam em mim. Aquelas pernas lisas e sedutoras, lascivas, lânguidas, encostam na epiderme em cicatrização. O frenesi, o frêmito do desejo.
Na treva do quarto, o Gattopardo vê. No canto onde a sombra da porta enegrece o mundo. O suspiro.
A procura cessa, por um momento. A eternidade da dúvida ressurge, abarca o pensamento, como um abismo infindo engole, impiedoso, a ansiedade.
O piscar do olho iluminado na escuridão.
Publicado em 26 de janeiro de 2008
Marcadores:
Tipos
terça-feira, 4 de maio de 2010
E assim começa mais um ano
Hoje no 1° dia de 2008 lembrei-me do natal, e um sorriso surgiu espontâneo. Sim, estou muito mal hoje. Mas já estive pior.
*
Acordei com vassouras ao redor. Sensação estranha.
*
Músicas surgem na minha lembrança. Todas elas do Morphine. Um dos versos que ecoam (e ecoa mesmo, porque hj minha cabeça está vazia por opção) e que gosto muito é assim:
you're the night Lilah
you're everything that we can see
Lilah, you're the possibility
*
Possibilidade: Acontecimento ou circunstância possível, que pode ser, ter sido ou vir a ser real.
*
Lilah deve estar se perguntando das circunstâncias. Razões obscuras. Talvez os russos tenham seqüestrado minha memória, mas não fizeram direito a lavagem cerebral, tanto que lembro vagamente de um sobrenome: Smirnoff.
*
Em O castelo dos destinos cruzados, livro de Italo Calvino que li recentemente, pessoas momentaneamente impossibilitadas de falar tentam contar suas vidas por meio de um baralho de tarô. As cartas depositadas contam várias histórias e a cada leitura o significado pode mudar ou ser interpretado de forma diversa. As possibilidades e circunstâncias da vida e sua multiplicidade cabem em apenas um baralho.
*
Se os destinos se cruzam, há possibilidades, mas não certezas. O importante é tentar entender a encruzilhada e lembrar dos bons e divertidos momentos do ano passado. Tentar entender, a minha sina. Mas é como música aos meus ouvidos. Baixo, bateria e sax. Ou uma banda de salsa. Rú!
*
Que 2008 seja pior que 2009 e melhor que 2007. É o que desejo a vocês, meus fantasmas. E também a Lilah.
Publicado em 01 de janeiro de 2008
*
Acordei com vassouras ao redor. Sensação estranha.
*
Músicas surgem na minha lembrança. Todas elas do Morphine. Um dos versos que ecoam (e ecoa mesmo, porque hj minha cabeça está vazia por opção) e que gosto muito é assim:
you're the night Lilah
you're everything that we can see
Lilah, you're the possibility
*
Possibilidade: Acontecimento ou circunstância possível, que pode ser, ter sido ou vir a ser real.
*
Lilah deve estar se perguntando das circunstâncias. Razões obscuras. Talvez os russos tenham seqüestrado minha memória, mas não fizeram direito a lavagem cerebral, tanto que lembro vagamente de um sobrenome: Smirnoff.
*
Em O castelo dos destinos cruzados, livro de Italo Calvino que li recentemente, pessoas momentaneamente impossibilitadas de falar tentam contar suas vidas por meio de um baralho de tarô. As cartas depositadas contam várias histórias e a cada leitura o significado pode mudar ou ser interpretado de forma diversa. As possibilidades e circunstâncias da vida e sua multiplicidade cabem em apenas um baralho.
*
Se os destinos se cruzam, há possibilidades, mas não certezas. O importante é tentar entender a encruzilhada e lembrar dos bons e divertidos momentos do ano passado. Tentar entender, a minha sina. Mas é como música aos meus ouvidos. Baixo, bateria e sax. Ou uma banda de salsa. Rú!
*
Que 2008 seja pior que 2009 e melhor que 2007. É o que desejo a vocês, meus fantasmas. E também a Lilah.
Publicado em 01 de janeiro de 2008
Marcadores:
Tipos
sábado, 1 de maio de 2010
Dreaming shadows of the past
Sometimes it is incredible. She spinned a web of friendships so thin however intense, as if she wanted to heal deep scars from her past.
There is something of vulnerable in her attitude. Something she wants to hide but she let a tiny piece uncovered for the right people find and finally try to love her.
Her kids are a clue. The several relationships inconcluded. The need of alcohol and parties to forget - or at least to ease - the pains that hurt so deep inside her chest.
The memories alive, come out on her dreams. Sleeping she is helpless, an easy prey. She wakes up sweaty. She needs water. She needs peace.
At the moment, she can never live. She can only think.
Publicado em 29 de dezembro de 2007
There is something of vulnerable in her attitude. Something she wants to hide but she let a tiny piece uncovered for the right people find and finally try to love her.
Her kids are a clue. The several relationships inconcluded. The need of alcohol and parties to forget - or at least to ease - the pains that hurt so deep inside her chest.
The memories alive, come out on her dreams. Sleeping she is helpless, an easy prey. She wakes up sweaty. She needs water. She needs peace.
At the moment, she can never live. She can only think.
Publicado em 29 de dezembro de 2007
Marcadores:
Tipos
Assinar:
Postagens (Atom)