E assim começa mais um ano

Hoje no 1° dia de 2008 lembrei-me do natal, e um sorriso surgiu espontâneo. Sim, estou muito mal hoje. Mas já estive pior.

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Acordei com vassouras ao redor. Sensação estranha.

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Músicas surgem na minha lembrança. Todas elas do Morphine. Um dos versos que ecoam (e ecoa mesmo, porque hj minha cabeça está vazia por opção) e que gosto muito é assim:

you're the night Lilah
you're everything that we can see
Lilah, you're the possibility

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Possibilidade: Acontecimento ou circunstância possível, que pode ser, ter sido ou vir a ser real.

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Lilah deve estar se perguntando das circunstâncias. Razões obscuras. Talvez os russos tenham seqüestrado minha memória, mas não fizeram direito a lavagem cerebral, tanto que lembro vagamente de um sobrenome: Smirnoff.

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Em O castelo dos destinos cruzados, livro de Italo Calvino que li recentemente, pessoas momentaneamente impossibilitadas de falar tentam contar suas vidas por meio de um baralho de tarô. As cartas depositadas contam várias histórias e a cada leitura o significado pode mudar ou ser interpretado de forma diversa. As possibilidades e circunstâncias da vida e sua multiplicidade cabem em apenas um baralho.

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Se os destinos se cruzam, há possibilidades, mas não certezas. O importante é tentar entender a encruzilhada e lembrar dos bons e divertidos momentos do ano passado. Tentar entender, a minha sina. Mas é como música aos meus ouvidos. Baixo, bateria e sax. Ou uma banda de salsa. Rú!

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Que 2008 seja pior que 2009 e melhor que 2007. É o que desejo a vocês, meus fantasmas. E também a Lilah.

Publicado em 01 de janeiro de 2008