Se um dia o sol surgisse por entre as nuvens, como uma surpresa
A queimar a vida, como outrora a aguardente em minha garganta fazia
O que hoje as estrelas e o vento, nulos, fazem com tamanha beleza
E percebesse o estado em que está relegado, na fria
E crua, ardente e vil estação que – quem diria – arde
Na pele, não obstante o temor da insana selvageria
Se um dia sol, como uma vontade incessante de ser,
No entardecer do caos dos morros que, com alarde,
Quisesse fazer, sabe là como, por merecer
Estes humildes versos ébrios e crus, sem remédio,
Teria, ao menos por educação, maneiras mais gentis
De abordagem, maneiras sutis de espantar meu tédio
Cujas artimanhas e artifícios ardis
Na convulsão do tempo, no caos estático do sublime,
Ecoam no ar, como suspiros senis
Esses ventos e o sol, um dia surgirão
Com pesar no olhar e arrependimentos mil
A implorar, de joelhos, misericórdia e perdão
E lhes direi, do fundo de meu coração,
Com meu mais singelo sorriso, um belo olhar
De abnegada resignação, meu mais profundo e sincero não!
Publicado em 12 de dezembro de 2008
terça-feira, 18 de maio de 2010
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isso dá uma nova dimensão a maneira de se dar uma negativa
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