sexta-feira, 14 de maio de 2010

Eu e meu copo de uísque

Hoje era um dia pra beber. Eu e meu copo de uísque.

A verdade contudo impede. Sexta-feira bebi muito e demasiado rápido. Coisas desse tipo acontecem. Ontem, não fosse uma coca-cola salvadora, não teria sobrevivido das 15h até às 21h. Bebendo.

Chegando em casa, não fossem 2,5l de água antes de dormir, hoje eu estaria terrivelmente em estado letárgico de ressaca acumulada. Ainda assim, hoje era um dia para beber. Eu e meu copo de uísque.

Acordei cedo. O silêncio ao redor, quebrado por vezes pelos pios dos pássaros. Nada fazia sentido. A não ser meu copo de uísque. Que não bebi.

Hoje não fiz muita coisa. Li um livro de contos do Bukowski, o que, por si só, já exige um copo de bebida. Até mesmo um uísque. Fiz um arroz muito sem-vergonha e um bife pra comer. E bebi a coca-cola, sem uísque. À tarde dormi um pouco. Olhava pela janela no horizonte e nada via de interessante. Olhei minha cadela reclusa em seu canto. Acho que ela também precisava de um copo de uísque.

Fucei a internet. Li mais um pouco do Buk, sentado sob o sol das 16h, na grama. Eu e meu copo de água.

Vi um resto do jogo do Grêmio. Uma vitória sem-vergonha. 3 pontos a mais. Desde então ouço aqui neste computador rádios italianas de notícias. Pra acostumar o ouvido. Ontem ganhei uma garrafa de vinho. Sobraram 4 latas de cerveja e um restinho de vodka. A noite caía, ontem. Caiu por terra.

Hoje, jantei às 19h. Jejum de 12h até amanhã de manhã. Regras da minha nova religião. Mas não, esta religião não exige o celibato. Só um copo de uísque.

Daqui a 60 anos, ainda estarei procurando o copo de uísque, pois os uísques são como pensamentos melancólicos. Melancolia de cú é rola. Dizem que em 60 anos os uísques valerão tanto como obras de arte. Lá estarei eu (onde?), a procurar e a me perguntar, como um autômato:

- Em 13 de julho de 2008, onde estava meu copo de uísque?

Acho que a minha cadela bebeu tudo o que restava dele.

Publicado em 13 de julho de 2008

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